BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) foi aprovada no final de 2017 e representa uma conquista para todos os brasileiros. Um documento que norteará o currículo básico de todo país. Assim, vislumbra garantir o aprendizado mínimo a alunos de diferentes regiões. Um ponto positivo da BNCC será a padronização do currículo na realização das avaliações externas à nível nacional. O impactante na BNCC, no meu ponto de vista, foi a proporção de 50% de competências socioemocionais.
Todas as instituições escolares terão até o exercício de 2019 para adequarem seus currículos com as novas regras da BNCC. A Secretaria Estadual de Minas Gerais (SEE/MG) já iniciou o processo de reestruturação curricular, cada regional possui um Analista Educacional responsável para a interlocução entre escolas e secretarias.
A escola de hoje não consegue suprir as necessidades do século XXI apenas pautada em conteúdos disciplinares. Os atores do processo de ensinar e aprender são seres complexos e dinâmicos. Os alunos e professores quando vão à escola não deixam fora dos seus muros as emoções, os arquivos mentais, os comportamentos, os traumas, os medos ou insegurança, pelo contrário, chegam carregados de todas elas. Desse modo, não existe a possibilidade da escola trabalhar de forma conteudista e alienada a estes fatores.
Você realmente acha importante incluir competências socioemocionais na BNCC?
O livro Inteligência Socioemocional : a Formação de Mentes Brilhantes de Augusto Cury traz A seguinte constatação - " alguns paradoxos gritantes confimam que as sociedades modernas estão na sua infância emocional: somos treinados para dirigirmos carros, mas não aprendemos minimamente a dirigir o veículo da nossa mente, nem a gerenciar a nossa ansiedade; somos preparados para caminhar no mundo exterior, mas não temos qualquer preparo para percorrer as avenidas do mundo psíquico; fazemos seguros de todos os tipos para preservar nossos bens, mas não aprendemos minimamente a fazer o seguro emocional; preocupamo-nos em ter empresas saudáveis e sustentáveis, mas não nos preocupamos com a mais complexa empresa, a única que não pode falir, a mente humana; somos conectados com o mundo pela internet e pelas redes sociais, mas não aprendemos a nos conectar conosco, sequer aprendemos a dar um choque de lucidez nos nossos fantasmas emocionais: medos, timidez, ansiedade, humor depressivo, impulsividade, autopunição, autocobrança " - percebemos que que educação emocional pode ser ensinada, inclusive nas escolas.
Precisamos sair da infância emocional para alcançarmos novos degraus. A escola é palco fundamental nesse processo e oficializar isso faz-se necessário para que políticas públicas sejam estruturadas levando em conta a importância do desenvolvimento das competências socioemocionais.
Nos dias de hoje são corriqueiros os contratos feitos com vistas nas competências cognitivas do sujeito, mas outra situação não incomum é a demissão pela falta de competências socioemocionais. Concluímos então que não basta o conhecimento intelectual se o profissional não sabe gerir suas emoções.
O trabalho com tais competências na escola não garantirá somente adultos mais confiantes e autorresponsáveis, mas mudará muitas coisas no aqui e agora, na medida que teremos menos indisciplina e problemas relacionados a violências em suas diferentes vertentes.
Vejam de forma resumida as competências incutidas na BNCC
As propostas pedagógicas utilizarão tais competências para o planejamento do ensino de cada escola, revolucionando o processo de ensino / aprendizagem.
- utilização e valorização dos conhecimentos construídos sobre o mundo social, físico e cultural;
- exercício de curiosidade intelectual e uso de abordagem própria das ciências a fim de elaborar hipóteses;
- desenvolvimento de senso estético, visando valorizar e reconhecer as várias manifestações culturais e artísticas;
- utilização de conhecimento das linguagens artística, multimodal, científica, matemática, digital e tecnológica;
- utilização de tecnologias digitais de informação e de comunicação de forma significativa, crítica, reflexiva e ética;
- compreensão das relações do mundo do trabalho e tomadas de decisões alinhadas ao projeto de vida profissional, pessoal e social;
- argumentação com base em dados, informações e fatos confiáveis para negociar, formular e defender pontos de vista e ideias;
- autoconhecimento e reconhecimento de suas emoções e das outras pessoas com capacidade de lidar com elas e com a pressão do grupo;
- exercício de diálogo, empatia, cooperação e resolução de conflitos, fazendo-se respeitar e promover respeito ao outro;
- ação pessoal e coletiva com responsabilidade, autonomia, resiliência, flexibilidade e determinação.
Queridos Mestres do Coração, agora é a hora de todos se envolverem na reelaboração dos currículos, procure seus gestores e participem desse processo. A BNCC é um marco em nossa história e vocês são atores importantíssimo nesse momento.
Contribuindo com esse momento, preparei o Minicurso curso "Alfabetização Emocional" para auxiliá-los a desenvolverem primeiro essas competências para depois aplicarem em sala de aula com os alunos.
Não percam essa oportunidade, o curso será totalmente gratuito e online!
Wall Rocha
